O momento atual da vida global nos oferece ferramentas que nos facilitam o acesso, aproxima distâncias, fornece informações necessárias para compreender o que nos cerca, podemos nos ver onde estamos?
Dentre estes assuntos, a religião sempre é um tema polêmico que talvez o conhecimento da história sobre o assunto possa
contribuir no desenvolvimento da vida da sociedade humana. No curso EaD Licenciatura em Educação do Campo pôde-se perceber que gera opiniões controversas. O significado, ou o resignificado, das palavras contribuem na nossa compreensão do valor de cada indivíduo, objetos, prazer. O significado, o resultado da produção, ou, reprodução, são obras nossas, cultura.
Valores como respeito ao próximo,
a beleza das coisas naturais, a capacidade de criar/recriar cultura, o amor, a
paz, a honestidade,... , não são valores próprios da religião. Ou, são
religião! Valores são resgatados no dia a dia, na prática do fazer acontecer e
que não precisa de nome de nenhum santo. Se a construção for coletiva, o valor
será concreto do que for construído. Não se faz necessário falar de deus pra
valorizar o respeito e todos os valores. ÉTICA, no meu ponto de vista, é a
palavra que define tudo. Sim, nós somos humanos, imperfeitos na nossa
perfeição. Se se acredita em deus - consenso religioso -, acredita que está em tudo; numa folha seca, num grão de areia, no ar, então, como somos parte do
todo, também está em nós. O exercício de qualquer religião é fora da escola. Por isso não se faz necessário em nenhum momento
mencionar “igreja”, “deus”; se poderia traduzir em palavras os sentimentos, os valores que se quer construir coletivamente pela paz real. VALOR é algo profundo que vai além disso, porque o pré conceito está fora. Difícil expressar em poucas palavras, ou, é difícil ser coerente frente aos significados que damos quando praticamos. É o significado
da palavra no seu mais pontual sentido, a prática, a práxis, na percepção de
cada um. Não importa a religião, igreja, filosofia de vida,... , importa é o que é construído de fato. Como vai ter a participação da DIVERSIDADE CULTURAL nesse processo?Até aqui já se incluem diretamente vários temas transversais: ética, meio-ambiente, diversidade
cultural. Os VALORES perpassam a vida de todos e para isso não é necessário
nada além de nós mesmos. Ao menos enquanto estivermos exercendo a profissão,
não podemos persuadir e repreender crianças em nome de alguma crença. O Estado
é laico. A livre expressão existe, inclusive
a de não se manifestar (lembremos que podemos votar em branco - não opinar).
Nos dias atuais muitos se manifestam em
uma ou outra rua, ramificações da principal; porém, para unir as ruas faltam os
valores necessários para re criar a importância de nós para nós mesmos e para o
mundo que nos cerca.
Talvez, se nos vermos de verdade; temos pés, mãos, criatividade e
capacidade completa de poder acreditar que podemos fazer melhor. No caso, o
melhor prum coletivo bem maior que as quatro paredes que nos cercam, ou que se
expanda para além do limite dos aramados.
E isso tudo acima é acreditar, é
crença. Em algo sempre se acredita, inclusive se acredita que não acredita.
(Mônica de Medeiros Gonçalves, graduanda / Licenciatura em Educação do
Campo / UFPel)
Seguem alguns sites sobre o assunto que, considero, podem contribuir no
debate:
http://revistaescola.abril.com.br/politicas-publicas/legislacao/acordo-ensino-religioso-504521.shtml
"A religião não impede a violência. A ideia de que ela sempre faz bem é equivocada. Basta lembrar que grande parte das guerras teve origem em conflitos religiosos. Na escola, a violência deve ser combatida com o ensino ao respeito e ao reconhecimento da dignidade intrínseca a todos, não com o pensamento de que apenas as pessoas que acreditam na mesma divindade merecem consideração. "
"Ensino religioso em escolas públicas pode gerar discriminação, avalia professor"
"(...) Após a independência, em 1822, o Império Brasileiro herdou de Portugal o regime do padroado, mantendo o catolicismo como religião do Estado. Em conseqüência, nas escolas públicas de todo o país, a doutrina católica impregnava todos currículos em todos os níveis escolares. Os professores, por sua vez, eram obrigados a prestar juramento de fé católica, podendo ser punidos por perjúrio. A todos, o Código Criminal proibia o ateísmo e a descrença na imortalidade da alma.(...)"