Car@s leitor@s,
A fim de esclarecimento,
notifico a tod@s que não sou mais acadêmica do curso EaD Licenciatura Educação
do Campo (pelo menos esta é a informação que chegou @s colegas do curso em uma aula presencial, que eu teria "desistido" do curso).
Abaixo cito os motivos, (motivos
os quais também me levaram a pesquisar os textos elaborados anteriormente neste
blog). Informo que:
· * NÃO é verdade que eu desisti do curso;
· * o
curso EAD Licenciatura em Educação DO CAMPO não é direcionado a quem mora no
campo; o propósito é preparar (de acordo os marcos regulatórios determinados
pelo governo/laranja) pessoas que estejam dispostas a lecionar no meio rural.
Desta forma o conteúdo estudado sobre CONHECER A REALIDADE DO EDUCANDO somente
refere-se às crianças do ensino fundamental (talvez do ensino médio), não a
acadêmicos. Ou as aulas não seriam numa terça-feira à noite, quando não há
possibilidade de acesso ao Pólo, pois aqui onde moro, no CAMPO, o ônibus passa
na segunda, na quarta (3 vezes por mês) e na sexta-feira, de DIA;
· * não há vontade política do poder PÚBLICO em
transportar acadêmicos, visto que o transporte escolar que leva alunos aqui do interior do município para
cursar o ensino médio à noite não há espaço para acadêmicos e não passa por
esta estrada;
· * vislumbro a contradição entre o conteúdo
estudado e a realidade vivida por aqui, e falar sobre isto não é o objetivo da
universidade, que não é para todos. Como assistir às aulas OBRIGATÓRIAS? Como
falar que eu desisti do curso (como foi informado @s colegas do curso, na aula presencial)? O curso é que não dá
possibilidade de poder ter acadêmicos rurais;
· * desde o início do curso envio ofícios ao
colegiado informando sobre a impossibilidade de participar das aulas
presenciais (dias e turno incompatíveis com a realidade do campo, necessidades específicas deste lugar), o que não
possibilitou a compreensão da realidade do campo por parte da coordenação do
curso, para dar viabilidade às aulas, que são obrigatórias.
A
realidade urbana, a cultura urbanizada é a dominante, inclusive no meio rural.
Portanto, se faz necessário a valorização e o cultivo de outra cultura, que não
sejam de exploração. Explora-se, neste modelo de sociedade, o ambiente, os
trabalhos físicos e mentais humanos e nem é possível afirmar que alguém saia
lucrando, pois as degradações afetam a todos.
Desta
forma, o caminho da educação completamente institucionalizada, como a que se vê
nos dias atuais, além de não evitar a violência pela extrema desvalorização da
vida e direcionamento ao mercado de trabalho (que alimentam a engrenagem industrial
do retrocesso do desenvolvimento humano pela destruição ambiental – menos natureza,
menos vida), ficam todos mais distantes das famílias (a educação - em turno integral, por muitas vezes - nas mãos do
Estado e da mídia).
É
urgente e necessário que tomemos consciência sobre outras formas de educação,
de trabalho, de economia, enfim, outra(s) forma(s) de sociedade (compreender o
global, agir no local). Essa valorização da vida depende das nossas ações. É
momento de agir.
(Mônica
de Medeiros Gonçalves, permacultora, Assentamento Tamoios/Herval/RS/BR)