segunda-feira, 4 de abril de 2011

Como era a comunicação e a educação há 40 anos,
o que melhorou, que não está bom,... o que poderia melhorar?

A educação há décadas atrás era de difícil acesso para a população em geral, e a comunicação limitava-se às cartas, recados verbais, ou o rádio que era o principal meio informativo sobre a vida da comunidade (falecimentos, nascimentos, aniversários, festas...). Com o passar do tempo a educação tornou-se prioridade, visto que com escolaridade conseguía-se emprego, e quanto melhor informado, mais eficiente para os resultados esperados do mercado de trabalho. Ter um telefone tornou-se necessidade, a televisão já é um membro da família, e a internet faz parte da nossa comunicação com o resto do mundo.
Talvez, algo interessante de se perguntar é: de que educação se trata? Será que é ter escolaridade para o mercado de trabalho, ou estudar para conhecer o mundo, nossas necessidades, nossos gostos, nossa importância para o coletivo e a importância que o coletivo tem para conosco? O mercado de trabalho exige cada vez mais necessidades de estudo, especializações, o que oportuniza a uma parcela pequena da população trabalhos específicos e bem remunerados. Os que não tem meios de buscar informações e satisfazem-se com as que chegam por via rápida (principalmente pela televisão), agem de acordo com que os outros pensam, não criam conclusões próprias sobre suas vidas no mundo que vivem. Conhecer o mundo é algo que a escola deixa a deriva. Geralmente o que se percebe é o estímulo à competição, ao individualismo; não que o indivíduo se conheça, mas que saiba mais que outro. Realmente é isso que se espera da Educação?
Antigamente dizía-se: “menino, não respeita os mais velhos? Que falta de educação!”, ou então “essa foi a educação que te dei?”. A família, desde o nascimento fazia parte da educação como responsável por aquela vida, e quando ía-se pra escola era um orgulho estar estudando, pra não dizer privilégio. Hoje em dia estudar é questão de sobrevivência,e a família não tem tempo de educar, estão todos trabalhando, ou estudando pra trabalhar; educar é trabalho da escola.
O acesso à escola nos dias de hoje é direito de todos, os meios de comunicação estão na vida de todos, basta utilizá-los; temos pensamento próprio sobre o mundo que nos rodeia buscando informações, ou as informações que nos são “gratuitamente” doadas pelos meios de comunicação disponíveis direcionam a nossa vida. Os conteúdos educacionais são questionáveis, visto que ainda existem livros didáticos com conteúdos persuasivos ao pensamento de décadas atrás, menosprezando valores simples como o respeito ao próximo.
Você é um imigrante  ou um nativo digital?



Eu sou uma imigrante digital. Tive acesso a livros e incentivo à leitura; assistia aos programas da televisão(que não tinha controle remoto) e ouvia muito rádio, além de mandar muitas cartas pelo correio. Hoje em dia, muitas vezes, compro jornal impresso, penso que é parte da história que, caso dê alguma “pane” na internet, sirva de material de pesquisa e análise no futuro; não tenho televisão em casa por opinião, busco o que é possível nas ondas do rádio (FM e AM) e quando vou à alguma casa que tenha TV, assisto a um ou outro programa. Quero ter acesso a um meio que eu possa optar qual filme assistir, buscar outros pontos de vista sobre as notícias que, na TV, ou em certos canais de rádio, são insatisfatórios, incompletos; certamente em breve uma internet em casa será inevitável. Penso que os livros são insubstituíveis. Para usar a internet é preciso termos uma direção à seguir, usa-la como ferramenta, o baú de informações e comunicações, com a resposta do receptor ouvida pelo emissor. Para mim a internet é difícil de manusear, estou tendo umas dificuldades (provavelmente pela forma linear de ver as coisas), mas espero superar essas dificuldades de relacionamento com o virtual.

Motivos que me levaram à escolha do curso e o futuro

Os motivos que me levaram à escolha deste curso foram ter relação com o campo e a educação ambiental, porém a educação em si me encanta. Apesar de já estar no meu futuro, penso que ainda há tempo de contribuir com o futuro, com as gerações que vieram depois da minha, e das que ainda estão por vir. Trabalhar no despertar das nossas sensibilidades, na valorização de todas as formas de vida.

Existe relação entre comunicação e educação?

Sim, existe relação entre comunicação e educação. Se no ambiente familiar não houver comunicação entre as pessoas e se for dado valor extra à televisão (por exemplo), transfere-se a responsabilidade da família para a televisão e, consequentemente, para a escola. Também na escola a comunicação faz diferença, do professor com as crianças, das crianças com os demais funcionários... Penso que comunicação tem tudo a ver com educação.
Os meios de comunicação afetam a educação?
Sim, acredito que os meios de comunicação afetam a educação no sentido de destorcer o significado da própria palavra educação, como se significasse apenas aprender um ofício para sobrevivência na sociedade. Exclui-se a parte de relacionamento humano, do sentimento, da integração. As aulas são preparadas individualmente; alunos aprendem fragmentos de cada matéria, uma matéria de cada vez, sem conexão com as demais. Daí a falta de comunicação continua. Estudar para trabalhar?Não penso que deva ser assim...
Afetam a maneira como as pessoas aprendem?
Afetam a maneira como as pessoas aprendem pelo fato de, no meu ponto de vista, a educação, no mundo de hoje, ser o caminho para “se dar bem e ser feliz”, ou seja, aprender para ganhar dinheiro (se dar bem) para poder ser feliz. Inverteu-se o sentido das palavras. O que é mesmo bom, felicidade, paixão, saudável, necessário? A educação tornou-se sinônimo de certificado, algo ilustrativo. É preciso das o valor devido à educação.