quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Educação x saúde? Caminhos paralelos numa sociedade fragmentada


Este artigo que compartilho aqui trata do sistema educacional e seu relacionamento com a saúde dos educadores.
Antes da formulação da LDB houve debate em torno de como seriam as leis para a educação, com participação de profissionais da área e população em geral; surgiu então a proposta para a LDB, que defendia um conceito amplo de educação, visava a formação do cidadão. Posteriormente, nove anos mais tarde, foi aprovada outra proposta que vivenciamos hoje.
Transcrevo aqui o trecho do artigo que exprime claramente esta realidade:
“A escola contemporânea evidencia uma organização reificante através da multiplicação de técnicas e métodos que homogeneízam (leis universais), simplificam (objetividade e linearidade) e agilizam (praticidade, repetição e superficialidade) o processo educacional. A ordem pragmática cria dispositivos de poder que compartimentalizam as relações por meio dos papéis, das funções e das especializações. Esta forma de estruturação, que é exercida através de instrumentos auto-reguladores, tem sua base na vigilância constante, nas avaliações regulares dos resultados e nas sanções normalizadoras, construindo uma pedagogia que administra o tempo/espaço, transformando o homem em co-produtor das próprias amarras a que está submetido.”
Dessa forma fica evidente a contribuição da economia, da forma como ela está sendo conduzida, no condicionamento comportamental da sociedade.
Complementando ainda,
“A própria noção de educação é aviltada na nova LDB, pois são privilegiados os processos de formação técnica, de treinamento de habilidades que visam ao mercado de trabalho, em detrimento da formação generalista, da constituição do pensamento crítico e da produção do conhecimento. Nessa perspectiva, passamos a presenciar um certo modo de funcionamento da escola, sendo o adoecimento dos trabalhadores, os desmontes das instituições públicas de ensino e a desvalorização social da educação e do educador no país os seus principais efeitos. Como proposta de trabalho e ação resistente a tais processos, permanecemos em busca de estratégias que permitam a produção de outras subjetividades, em que a qualidade de vida e o trabalho não sejam tomados como mercadorias, mas movimentos coletivos por saúde. O resgate das lutas do FNDEP para a LDB pode se constituir em uma dessas estratégias, na medida em que permite uma reflexão sobre o processo vivido, assim como traz a perspectiva de novas práticas de gestão para a educação nacional, afirmando o trabalhador da educação em outra lógica de organização do trabalho.”
Temos um sistema educacional doente, trabalhadores doentes e uma problemática refletida diretamente nas relações humanas, sendo professor, aluno, pais, toda a sociedade.
Não dá para omitir, está na pauta da história atual a necessidade de avaliarmos o caminho percorrido até agora e se sermos co-produtores das nossas próprias amarras condiz com a teoria estudada na academia, em prol de uma sociedade mais saudável.
(por Mônica Gonçalves, graduanda EAD Licenciatura em Educação do Campo - UFPel)

Fórum nacional em defesa da escola pública na LDB: a questão da docência
(trabalho, saúde, educação, movimentos sociais, Forum Nacional em Defesa da Escola Pública e LDB)
*Fabiana Castelo Valadares (Psicóloga, conselheira do CRP-05 e Mestranda do curso de Psicologia Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ)
*Marisa Lopes da Rocha (Professora Adjunta da UERJ. Doutora em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC-SP)


sábado, 21 de janeiro de 2012

I Encontro por uma Educação Libertária
















I Encontro por uma Educação Libertária
Por www.midiaindependente.org/pt/blue/2012/01/502021.shtml?comment=on


A educação tem grande valor no pensamento libertário que busca por transformação social, é agente crítico à educação tradicional, seja ela a oferecida pelo estado, pelo capital privado ou aquela mantida por instituições religiosas.
A escola, que se apresenta com loquaz neutralidade é arbitrariamente ideológica. O sistema dedica-se em reproduzir as estruturas cruéis de autoridade, dominação e exploração, doutrinando os alunos a ocuparem seus lugares e delimitando seus comportamentos. Dessa forma, a aparente neutralidade oculta a continuidade ideológica do Status quo.
A Educação Libertária busca uma transformação, ao despertar nos indivíduos a consciência da necessidade de uma filosofia social diferente.
'Queremos mostrar que a educação pode se estender além do ambiente escolar, explorando a cultura, debatendo-a com um pensamento libertário, complementando a que já temos'. Tiago Silva.


21/01/2012
13h 30min | Abertura: Considerações sobre o Encontro
14h ? Bastidores da Vida ? Grupo Teatral Arte In Cena
14h 30min | Os beijos da mídia na Educação | Lisandro Benvegnu Lorenzoni
15h 30min | Curtas metragens | Tiago Silva e Iuri Minfroy
17H | Futebol, nossa paixão | Cambada Levanta Favela
18h | Educação Popular e Educação Formal, reflexões para uma Educação Libertária | Lauci Lemes
20h ? Sarau Literário
22h | Shows: Guarda-chuvas | 4 Acordes | Menino Azeitona | Tomate Seco | Os Delirantes ? Madame Wong | Demétrios Cunha ? Lubrificados | Tio Neca Preto
22/01/2012
12h | Almoço coletivo
13h 30min | Permacultura | Jéferson Timm
14h 45min | Oficina de Técnica de Tie Dye e Stencil em camisetas | Everton Lehmann
16h | Próximos passos para uma Educação Libertária | Tiago Silva
Atividades paralelas


*Exposições
*Painel
*Oficina
*Acampamento
*Varal de manifestos
***Traga sua barraca! E suas ideias!
*****Entrada franca

educacaolibertaria@bol.com.br
(51) 8159-0775 / (51) 9700-3334

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Indignidade imposta, até quando?


Em entrevista, Eduardo Galeano, escritor e periodista urugayo, afirma que “a crise que sofre o planeta tem levado muitos a aceitarem o inaceitável, obrigando-os à indignidade.”
Dentro de uma visão ampla, podemos visualizar notícias de todas as fontes sobre as infrações aos direitos humanos no mundo todo, ou seja, tornou-se “comum”, “normal”,... afinal, o que tem realmente valor? O que é ser digno? Como ter escolas dignas com os valores pregados nos dias atuais pela sociedade?

Confira a entrevista, entitulada :
"Eduardo Galeano: la neutralidad es impossible, somos indignos ou indignados"

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

EDUCADORES, o que estamos fazendo?


REFLETINDO A CULTURA
QUE PARADIGMA É ESTE?

A escola como elo do novo

A cultura, como conjunto de hábitos praticados no cotidiano da vida humana, interfere decisivamente na forma do pensar individual e coletivo, considerando a reflexão pensar / agir; primeiro idealizamos a ação, depois mobilizamos nosso corpo para executar a ação planejada.
O pensar, inicialmente, está relacionado ao que é vital para a vida; nos alimentar, lugar onde moramos, nossas vestimentas, as relações humanas. Porém, antes disso há a “formação” estipulada pelos meios de comunicação de massa (programas de televisão, de rádio, revistas, jornais, panfletos, cores, sons), que determinam o que temos que fazer para poder viver nesse modelo imposto à sociedade humana global. Não há o questionamento “por que faço ‘isso’?” Há o questionamento “quanto vou receber por fazer isso?”, ou, “o que vou ganhar por fazer isso?”
A reflexão das nossas ações cotidianas interfere no ambiente local e alimenta o sistema global de escravização do pensar. Não se admite o diferente e a economia global “algema” os outros aspectos vividos por todos - ecológico, social/político.
Quando entramos na escola estamos pré-moldados pela nossa família e suas prioridades de “se dar bem”, sem considerar o “estar bem” consigo e com o ambiente no qual estamos inseridos.

QUAL A NOSSA RELAÇÃO COM O AMBIENTE?
QUE PARADIGMAS TEMOS QUE SUPERAR?

Levando ainda em consideração o professor como o ‘mestre’ enquanto estamos sob seus cuidados, poderia ser considerado o primeiro contato (principalmente no meio rural) entre a família (o educando) e a forma atual da sociedade, sendo este o momento de firmação das leis que regem o sistema (voltado para o trabalho e, conseqüentemente, para o consumo). Considerando ainda a forma de agir do “mestre”, já moldado pelo sistema, temos aí um reprodutor de regras. Esta ação do reproduzir reprime a capacidade de criação/recriação de cada indivíduo, estimula o padrão e firma o “pensar diferente” como algo “anormal” (firma o pré conceito). Anula a capacidade política individual impossibilitando a interpretação da vida dos educandos pelos educandos; o lema é reproduzir as leis tal qual elas estão redigidas na constituição, impedindo o “por que?”, que poria em xeque inclusive o educador.
Dessa forma a Educação do Campo, que é resultado de uma política social formulada a partir da Lei de Diretrizes de Base (política pública), não supre as necessidades inicialmente reivindicadas pelas organizações da sociedade civil, mobilizadas para que a educação do meio rural fosse direcionada ao rural, à fixação do povo no campo (quilombolas, indígenas, assentados, ribeirinhos,...). Dentre tantos itens das Diretrizes Operacionais Específicas para as escolas do campo, pouco é colocado em prática; não há o trabalho com a realidade dos educandos, não há relação da vida rural com o ano letivo (épocas de plantio, colheita, ...), não há a valorização do campo, nem das coisas do campo, nem das relações humanas, como acontece rotineiramente nas cidades.
Visto isso, considera-se a universidade como reprodutora do sistema de vida humana, que prepara profissionais, “formando” cada indivíduo para a reprodução dos paradigmas culturais já estabelecidos, sem a utilização do pensar, mas a ação mecânica do agir em troca do “quanto vou receber por ‘isso’?”. Dizem ainda (os professores) que recebem pouco. Ora, para um trabalho mecânico as reivindicações tornam-se nulas; estudou-se para reproduzir o ensinar, sem ter aprendido o ensinar. Porém, além disso, nos dias atuais que todos da família trabalham e estão ausentes do cotidiano vivido pelos seus filhos, resta ao educador ser ditador, como o sistema atual da vida social ditam a cada outdoor, a cada capítulo da novela, a cada símbolo visualizado em fração de segundos nos filmes,caixas eletrônicos, novelas.
O diferencial da Educação comum e da Educação do campo é que a primeira é uma ordem do governo (de 1996), que sem consulta pública, elaborou a LDB educacional como o sistema econômico determinou como regra, para geração de empregos e renda (ter renda para o consumo), que é a política “pública”. Em nenhum momento considerou-se o ambiente como ponto de partida, a visão foi (e é) antropocêntrica; o importante para o sistema de vida praticado nos dias atuais é o “eu” (concorrência), impedindo que se visualize o ambiente no qual estamos e as conseqüências geradas a partir das nossas ações “culturais”.
A maioria esmagadora dos estudantes de Educação do Campo mora na cidade e acredita que a educação tem que preparar o educando para o trabalho, porém, há uma contradição evidente: se temos que preparar os educandos para o trabalho e o trabalho está na cidade, como valorizar o campo tendo educadores que não vivem a realidade rural? Como podem estes, que não têm consciência política dos seus atos, valorizar o que eles não conhecem e vulgarizam, utilizando nos detalhes de suas idéias (reprodução do subliminar), o menosprezo ao que não é parecido com a cidade? Como eles podem valorizar o que é negado no inconsciente coletivo e dado como rota certa aos que ali estão, ir para as cidades em busca de “uma vida melhor”, para “serem felizes” porque no campo “não tem futuro promissor”, passam trabalho e recebem pouco,...

As políticas sociais não são nada mais que políticas elaboradas pelo governo a partir da necessidade da sociedade civil, da reivindicação da sociedade civil. O governo supre algumas necessidades, mas não modificam a essência que alicerça o sistema vigente de valorização do “ter”, ao invés do “ser” (o mesmo que ocorre com a Reforma Agrária, que não passa de uma distribuição de terras para produção de bens de consumo; não há a valorização da terra, há a exploração inconsciente da terra para “quanto vou ganhar com isso?”, quanto mais ganhar, melhor, não importa a forma). Assim, a política social para a educação está alicerçada na formação de mão de obra, principalmente nos territórios tradicionalmente ocupados (que é o caso dos assentamentos), onde é uma população não originária daquele território; essa ação torna a terra mercadoria e culturalmente esta é uma ação “normal”....

É possível verificar que para acontecer algo de definitivo na educação se faz necessário que seja outra forma de política, onde haja a particição. Para a participação política da população, a política econômica tem que ser outra. Para a modificação da política econômica, a educação pode ser um braço, quando esta teria como meta de trabalho a ligação com a comunidade escolar, a educação do campo é um exemplo de uma política social que não é posta em prática pelo fator social e econômico; cultura da exclusão, definição do que é "melhor", ou "pior"; ou "ser feliz", ou "infeliz".
Para dar o significado às palavras, precisamos pôr em prática o que elas significam, ou teríamos que "deletar" palavras e criar outras??!
(por Mônica Gonçalves, assentada, acadêmica do curso EAD Licenciatura em Educação do Campo, UFPel/RS)

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Educação em Direitos Humanos


A Educação em Direitos Humanos é compreendida como um processo sistemático e multidimensional que orienta a formação do sujeito de direitos, articulando as seguintes dimensões:

a) apreensão de conhecimentos historicamente construídos sobre direitos humanos e a sua relação com os contextos internacional, nacional e local;

b) afirmação de valores, atitudes e práticas sociais que expressem a cultura dos direitos humanos em todos os espaços da sociedade;

c) formação de uma consciência cidadã capaz de se fazer presente nos níveis cognitivo, social, ético e político;

d) desenvolvimento de processos metodológicos participativos e de construção coletiva, utilizando linguagens e materiais didáticos orientados à mudança de mentalidades e de práticas individuais e coletivas que possam gerar ações e instrumentos em favor da defesa, da promoção e ampliação dos direitos humanos.

O Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos (PNEDH) é fruto do compromisso do Estado com a concretização dos direitos humanos e de uma construção histórica da sociedade civil organizada. Ao mesmo tempo em que aprofunda questões do Programa Nacional de Direitos Humanos, o PNEDH incorpora aspectos dos principais documentos internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil é signatário, agregando demandas antigas e contemporâneas de nossa sociedade pela construção de uma cultura de paz, da democracia, do desenvolvimento e da justiça social.

Assim como todas as ações na área de direitos humanos, o PNEDH resulta de uma articulação institucional envolvendo os três poderes da República, especialmente o Poder Executivo (governos federal,  estaduais, municipais e do Distrito Federal), organismos internacionais,  instituições de educação superior e a sociedade civil organizada. A Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República (SEDH) e o Ministério da Educação (MEC), em parceria com o Ministério da Justiça e Secretarias Especiais, além de executar programas e projetos de Educação em Direitos Humanos, são responsáveis pela coordenação e avaliação das ações desenvolvidas por órgãos e entidades, públicas e privadas.

O processo de elaboração do PNEDH teve início em 2003, com a criação do Comitê Nacional de Educação em Direitos Humanos, formado por especialistas, representantes da sociedade civil, de instituições públicas e privadas e de organismos internacionais. Fruto de um trabalho concentrado da SEDH, do MEC e do Comitê, a primeira versão do PNEDH foi apresentada pelo Governo Federal em dezembro daquele ano, como forma de orientar a construção de políticas, ações e programas comprometidos com uma cultura de respeito aos direitos humanos.

Ao longo de 2004, o PNEDH foi divulgado e debatido em encontros, seminários e fóruns em âmbito internacional, nacional, regional  e estadual.  Em 2005,  foram realizados encontros estaduais com o objetivo de difundir o PNEDH, que resultaram em contribuições da sociedade para aperfeiçoar e ampliar o documento. Mais de 5.000 pessoas, de 26 unidades federadas, participaram desse processo que, além de incorporar propostas para a nova versão do PNEDH, resultou na criação de 14 Comitês Estaduais de Educação em Direitos Humanos e na multiplicação de iniciativas na área.

Como resultado dessa participação lançou-se a atual versão do PNEDH que se destaca como proposta de um projeto de sociedade baseada nos princípios da democracia e da justiça social; de construção de uma cultura de direitos humanos, entendida como processo a ser apreendido e vivenciado numa perspectiva de cidadania ativa.

Educadores lançam manifesto contra fechamento de escolas no meio rural


CAMPANHA FECHAR ESCOLAS É CRIME! 
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Mais de 24 mil escolas do campo foram fechadas nos últimos oito anos
A Educação é um direito fundamental garantido pela Constituição Federal (Título II – Dos Direitos e Garantias Fundamentais, Capítulo III, seção I) – direito de todos e dever do Estado. Entretanto, nos últimos anos, milhares de crianças e adolescentes, filhos e filhas de camponeses, estão sendo privados deste direito.
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Nos últimos oito anos, mais de 24 mil escolas do campo foram fechadas. Os dados do Censo Escolar do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), do Ministério da Educação, apontam que, no meio rural, existiam 107.432 escolas em 2002. Já em 2009, o número de estabelecimentos de ensino reduziu para 83.036.
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Para essas famílias camponesas, o anúncio do fechamento de uma escola na sua comunidade ou nas redondezas significa relegar seus filhos ao transporte escolar precarizado, às longas viagens diárias de ida e volta, saindo de madrugada e chegando no meio da tarde; à perda da convivência familiar, ao abandono da cultura do trabalho do campo e a tantos outros problemas.
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O resultado comum desse processo é o abandono da escola, por grande parte daqueles levados do campo para estudar na cidade. É por essa razão que os níveis de escolaridade persistem muito baixos no campo brasileiro, em que pese tenha-se investido esforços e recursos para a universalização da educação básica.
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Portanto, fechar uma escola do campo significa privar milhares de jovens de seu direito à escolarização, à formação como cidadãos e ao ensino que contemple e se dê em sua realidade e como parte de sua cultura. Num país de milhares de analfabetos, impedir por motivos econômicos ou administrativos o acesso dos jovens à escola é, sim, um crime!
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A situação seria ainda mais grave não fosse a luta dos movimentos sociais do campo, por políticas de ampliação, recuperação, investimentos, formação de educadores e construção de escolas no campo. Importantes para reduzir a marcha do descaso dos gestores públicos para com os sujeitos do campo, mas insuficiente para garantir a universalização do acesso à educação no campo.
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Denunciamos essa trágica realidade e conclamamos aos gestores públicos municipais, estaduais e federais que suspendam essa política excludente, revertendo o fechamento de escolas e ampliando o acesso à educação do campo e no campo. Conclamamos também a sociedade brasileira para que se manifeste em defesa do direito humano à educação, em defesa dos direitos das crianças, adolescentes e jovens do campo frequentarem a educação básica, no campo.
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Defender as escolas do campo é uma obrigação, fechar escolas é um crime contra as futuras gerações e a própria sociedade!
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Assinam
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Marilena Chauí – Professora de Filosofia da Universidade de São Paulo (USP)
Dermeval Saviani- Doutor em Filosofia da Educação – Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Gaudêncio Frigotto, Professor Titular aposentado da Universidade Federal Fluminense (UFF) mestre e doutor em Educação Roberto Leher – Professor da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Celi Zulke Taffarel – Doutora em Educação – Universidade Federal da Bahia (UFBA) Sergio Lessa, professor do Departamento de Filosofia da Universidade Federal de Alagoas Universidade Federal de Alagoas (UFAL) Elza Margarida de Mendonça Peixoto – Doutora em Educação – Universidade Federal da Bahia (UFBA) Attíco Chassot- Atua na área de Educação, com ênfase em Alfabetização científica e História e Filosofia da Ciência – Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS) Gelsa Knijnik- Doutora em Educação da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS) Luiz Carlos de Freitas- é professor da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) Cláudio Eduardo Félix dos Santos – Doutorando em Educação – Professor da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) Mauro Titton – Professor do Centro de Educação da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) Daniel Cara – Cientista Político – Coordenador Geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação.
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Entidades 
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Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE)- Presidente Roberto Franklin de Leão Ação Educativa – Sergio Haddad, economista, doutor em educação, coordenador geral ActionAid Centro de Cultura Luiz Freire – (CCLF) Latinoamericana da educação – Campaña Latinoamericana por el Derecho a la Educación – (CLADE) – Coordenadora Camilla Crosso Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (CEDECA- CE) -– Coordenadora Margarida Marques E-Changer Brasil – Solidariedade, construção coletiva, intercambio entre os povos – Coordenação – Djalma Costa


14 de outubro de 2011


Do latifúndio ao agronegócio


A Educação do Campo é resultado da ação da população civil organizada, não satisfeita com as leis impostas pelo governo (LDB), onde determina a Educação como meio de formação de mão-de-obra para o mercado de trabalho (nas indústrias, nas cidades); não contempla as necessidades de quem vive no campo e proporciona um desmonte progressivo e acentuado de valores que zelariam pela vida, além de dar novos significados as palavras, como, por exemplo, felicidade, bom, ruim...
A entrevista a seguir fala da realidade fundiária em Mato Grosso, e inicialmente, faz um panorama nacional sobre a questão concentração de terras. No Brasil essa é uma realidade comum, historicamente traçada pelos detentores do capital. A partir da manifestação sobre seus direitos, a população organizou-se e deu início ao processo de implementação na Educação (ver I e II Conferência Nacional por uma Educação Básica do Campo). É um processo que está em construção, e a realidade vivida pelos mato-grossenses nos faz compreender melhor o que acontece por aqui, na metade sul do Rio Grande do Sul. Concentração fundiária, trabalho escravo, alienação política, direitos trabalhistas ignorados pelo próprio poder judiciário. Esta realidade se perpetuará enquanto nós, como seres políticos, não exercermos nossos direitos de manifestar nossos anseios, cobrar nossos direitos, exercer a “cidadania” como dever em prol do todo ao qual fazemos parte (rede econômica, ecológica, social – local, regional, global).
Visto isso, informemo-nos sobre a história; conhecendo nossa história, entendemos o presente e podemos agir a favor de um futuro sem desigualdades, onde os direitos sejam realmente iguais para todos, onde a demagogia não tenha lugar de descaque, como ocorre nos dias atuais.  



Esta é uma entrevista especial feita por Dirlei Perin, (de Juara, Mato Grosso, professor Formador do CEFAPRO de Juara/MT em Educação do Campo) com Inácio Werner, graduado em Ciências Sociais pelas Faculdades Integradas Cândido Rondon – Unirondon e especialista em Movimentos Sociais, Organizações Populares e Democracia Participativa pela Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG. Foi Agente de Pastoral da Paróquia do Rosário e São Benedito, e posteriormente da Comissão Pastoral da Terra – CPT. Atualmente, é coordenador do projeto Rede de intervenção social do Centro Burnier Fé e Justiça, com sede em Cuiabá. Atua na luta pela erradicação do trabalho escravo, coordena o Fórum de Erradicação do Trabalho Escravo e participa da Comissão Estadual de Erradicação do Trabalho Escravo – Coetrae e do Conselho Gestor do Fundo de Erradicação do Trabalho Escravo – Cegefete. Integra ainda a coordenação do Fórum Mato-grossense de Meio Ambiente e Desenvolvimento.


“A concentração de terras traz um reflexo direto para a agricultura familiar. Enquanto a média nacional de apropriação é de 33,92% dos recursos, em Mato Grosso esta fatia cai para 6,86%", aponta o coordenador do Fórum Mato-grossense de Meio Ambiente e Desenvolvimento.

A concentração desequilibrada de terras está na raiz da história brasileira. O antigo latifúndio, responsável pelas extensas propriedades rurais, “se renovou e hoje gerencia um moderno sistema chamado agronegócio”, constata Inácio Werner, em entrevista concedida à IHU On-Line por e-mail. Segundo ele, apenas no Mato Grosso, um dos principais polos do agronegócio no país, a má distribuição da terra é evidente e tem se tornado uma das principais causas de conflitos sociais. No total, “3,35% dos estabelecimentos, todos acima de 2.500 hectares, detém 61,57% das terras. Na outra ponta, 68,55% dos estabelecimentos, todos até 100 hectares, somente ficam com 5,53% das terras”.
Nos últimos 10 anos, 114 pessoas foram ameaçadas e seis foram assassinadas por combater o monopólio do campo. Na avaliação do sociólogo, o Estado não dispõe de uma política pública eficiente de proteção às vítimas porque é “forçado a tomar posição e enfrentar aliados”.
Na entrevista a seguir, Werner também comenta a estrutura política do Mato Grosso e fala das articulações entre o Partido dos Trabalhadores (PT) e o ex-governador, Blairo Maggi (PR), que está na “linha de frente do modelo do agronegócio”.

Acesse o link a seguir e confira a entrevista na íntegra:

domingo, 8 de janeiro de 2012

Processo Histórico e Político da Educação do Campo no Brasil


Esta é uma apresentação simples e clara sobre o caminho percorrido até nossos dias pela Educação do Campo; o movimento educacional contextualizado pela realidade de quem vive no campo.
É uma apresentação da Professora Helana Freitas sobre a Educação do Campo no curso água como matriz Ecopedagógica (2008).

Para visualizar o trabalho completo, acesse o link:


Educação do Campo

“Construção de uma proposta de educação dirigida especificamente para a realidade das populações que vivem no campo; o papel da universidade pública na construção do projeto de Educação do Campo; o conceito de povos do campo: diversidade de sujeitos e de processos produtivos e culturais formadores do movimento da Educação do Campo.” (Helana Freitas, Centro Transdisciplinar de Educação do Campo e Desenvolvimento Rural - CETEC - Universidade de Brasília / 2008)

“A materialidade educativa de origem da Educação do Campo está no processo formador dos sujeitos coletivos da produção e das lutas sociais do campo. Por isso ela desfia o pensamento pedagógico a entender estes processos, econômicos, políticos, culturais, como formadores do ser humano e, portanto, constituintes de um processo de educação emancipatória, onde quer que ela aconteça, inclusive na escola.”

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

"A memória é um fator de decisão do presente"

“A memória é um fator de decisão do presente”
http://www.brasildefato.com.br/content/“-memória-é-um-fator-de-decisão-do-presente”

Por Joana Tavares, da redação do jornal Brasil de Fato

Entrevista com  Marcelo Zelic  que é vice-presidente do Grupo Tortura Nunca Mais de São Paulo, membro da Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo e coordenador do Projeto Armazém Memória (www.armazemmemoria.com.br)


"Quais políticas públicas poderiam ser feitas em torno da questão do acesso à memória?

Uma das ideias antigas é fazer CDRoom para trabalhar nas escolas. Mas aí pegaram essa ideia, sempre tem uns espertos que querem fazer sozinhos, e fizeram um tal de DVD para entregar nas escolas. Mas retrocederam toda a discussão que se fazia no meio arquivísitico, fizeram uma coisa estática. Porque o documento de arquivo não é para ser entendido como uma ilustração. Que rico seria se o aluno do ensino médio ou o professor recebesse um CD com o “Brasil: Nunca Mais” inteiro. Ele poderia ler o depoimento das pessoas, poderia ler a metodologia, poderia deixar a curiosidade trabalhar. Poderiam ter CDs sobre escravidão, sobre vários temas... Existe a necessidade, para o avanço da sociedade, de se relacionar com o passado. Nas sociedades indígenas, de tradição oral, a transmissão de conhecimento é fundamental. Naquele filme “Dança com Lobos” tem uma cena muito bonita. Os caras começam a chegar lá, o índio mais velho pega um negócio e mostra para os mais jovens: é um capacete espanhol. Ele não precisa falar mais nada, a imagem dizia: ‘não se iludam com forasteiros, porque nós já vivemos com esses’. Essa troca de conhecimento e aprimoramento da sociedade se dá pela troca de experiências entre gerações. A luta da memória faz parte da luta de classes. Mas a ênfase marxista na economia sempre deixou a desejar nesse aspecto. A memória está a serviço da atitude. O índio mostra o capacete não para contar uma bravata, mas para que o jovem, que não conhece a luta, saiba que aí tem merda. A memória é um fator de decisão do presente. Por isso que falamos que nosso país é um país sem memória, as elites não querem que a gente exercite esse contato entre gerações."     
* para ver a entrevista completa, acesse o link

domingo, 1 de janeiro de 2012

Geribanda Pontão de Cultura da FURG: Cultura nas Escolas

Geribanda Pontão de Cultura da FURG: Cultura nas Escolas: A meta do Acordo de Cooperação Técnica Interministerial que foi assinado quinta-feira, 8 de dezembro, em Brasília, pelos ministros da Cultu...