Este
artigo que compartilho aqui trata do sistema educacional e seu relacionamento com
a saúde dos educadores.
Antes
da formulação da LDB houve debate em torno de como seriam as leis para a
educação, com participação de profissionais da área e população em geral;
surgiu então a proposta para a LDB, que defendia um conceito amplo de
educação, visava a formação do cidadão. Posteriormente, nove anos mais tarde,
foi aprovada outra proposta que vivenciamos hoje.
Transcrevo
aqui o trecho do artigo que exprime claramente esta realidade:
“A
escola contemporânea evidencia uma organização reificante através da
multiplicação de técnicas e métodos que homogeneízam (leis universais),
simplificam (objetividade e linearidade) e agilizam (praticidade, repetição e
superficialidade) o processo educacional. A ordem pragmática cria dispositivos
de poder que compartimentalizam as relações por meio dos papéis, das funções e das
especializações. Esta forma de estruturação, que é exercida através de
instrumentos auto-reguladores, tem sua base na vigilância constante, nas
avaliações regulares dos resultados e nas sanções normalizadoras, construindo
uma pedagogia que administra o tempo/espaço, transformando o homem em
co-produtor das próprias amarras a que está submetido.”
Dessa
forma fica evidente a contribuição da economia, da forma como ela está sendo
conduzida, no condicionamento comportamental da sociedade.
Complementando
ainda,
“A
própria noção de educação é aviltada na nova LDB, pois são privilegiados os
processos de formação técnica, de treinamento de habilidades que visam ao
mercado de trabalho, em detrimento da formação generalista, da constituição do
pensamento crítico e da produção do conhecimento. Nessa perspectiva, passamos a
presenciar um certo modo de funcionamento da escola, sendo o adoecimento dos
trabalhadores, os desmontes das instituições públicas de ensino e a
desvalorização social da educação e do educador no país os seus principais
efeitos. Como proposta de trabalho e ação resistente a tais processos,
permanecemos em busca de estratégias que permitam a produção de outras
subjetividades, em que a qualidade de vida e o trabalho não sejam tomados como
mercadorias, mas movimentos coletivos por saúde. O resgate das lutas do FNDEP
para a LDB pode se constituir em uma dessas estratégias, na medida em que
permite uma reflexão sobre o processo vivido, assim como traz a perspectiva de
novas práticas de gestão para a educação nacional, afirmando o trabalhador da
educação em outra lógica de organização do trabalho.”
Temos
um sistema educacional doente, trabalhadores doentes e uma problemática
refletida diretamente nas relações humanas, sendo professor, aluno, pais, toda
a sociedade.
Não
dá para omitir, está na pauta da história atual a necessidade de avaliarmos o
caminho percorrido até agora e se sermos co-produtores das nossas próprias
amarras condiz com a teoria estudada na academia, em prol de uma sociedade mais
saudável.
(por Mônica Gonçalves, graduanda EAD Licenciatura em Educação do Campo - UFPel)
(por Mônica Gonçalves, graduanda EAD Licenciatura em Educação do Campo - UFPel)
Fórum nacional em defesa da escola pública na LDB: a questão da docência
(trabalho, saúde, educação, movimentos sociais, Forum Nacional em Defesa da Escola Pública e LDB)
*Fabiana Castelo Valadares (Psicóloga, conselheira do CRP-05 e Mestranda do curso de Psicologia Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ)
*Marisa Lopes da Rocha (Professora Adjunta da UERJ. Doutora em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC-SP)