sábado, 15 de setembro de 2012

SOCIEDADE EM TRANSIÇÃO II compreendendo a sociedade


Os conhecimentos que temos hoje e o que fazemos com eles nos faz responsáveis pela nossa realidade. Considerando que o objetivo deste é a reflexão sobre a nossa realidade, menciono alguns estudos em diversas áreas que interferem no nosso comportamento e, conseqüentemente, na educação. A realidade vista sobre êxodo rural, violência, pobreza, miséria, fome, guerras, podem ser interpretadas de outra forma além da materialidade que estas palavras significam. A nossa psique é agredida a todo instante, com o verbo, com a escassez, com doenças. A saúde balança no reflexo das nossas ações como sociedade humana no ambiente onde vivemos, o planeta Terra. Isto é fato.
Como agir individualmente? Como agir coletivamente? Nossas ações individuais interferem no coletivo, não só do humano, mas também na biodiversidade que nos cerca.
Que sistema social é este que vivemos hoje? 
Para contribuir nas reflexões que o momento histórico latino e global exige, seguem algumas sugestões para podermos ampliar o debate, dialogando com tantas e tantas pesquisas já feitas, opiniões, filosofias.
Sigamos no processo de transformação por uma sociedade igualitária socialmente, com respeito às diferenças culturais, às culturas alternativas, onde a liberdade parta da existência social para o coletivo biodiverso planetário.
Estas são sugestões, mas existe uma infinidade de experiências a serem partilhadas e podemos encontrá-las em livros, nos jornais, na internet,...
(Mônica Gonçalves)

 CAPITALISMO, ESTADO E EDUCAÇÃO

“(...) A problematização dos desdobramentos da mundialização do capital colocam dificuldades, desafios e possibilidades para a educação e a formação humana. Questiona-se a sua relevância e seus princípios. Vozes apressadas decretam a sua falência por não atender aos interesses restritos do mercado. Vozes progressistas enfatizam a sua centralidade, dando ênfase à sua dimensão pública como estratégia para, por meio do Estado, atingir o povo. Essas são questões que incentivam o conjunto de trabalhos que apresentamos a seguir, apontando pressupostos para uma análise crítica da sociedade.(...)”
PORTAL TRABALHO, EDUCAÇÃO E SOCIEDADE  Responsável – Carlos Lucena – PPGED/FACED/UFU

Neoliberalismo, sistema educacional e trabalhadores em educação no Brasil
Armando Boito Jr.
Professor Livre-Docente de Ciência Política da Unicamp

A má educação
 “O desempenho não é o mais importante, deve haver um objetivo a atingir. O importante são os objetivos pessoais e apreciar o processo em harmonia, o crescimento e a aventura de progredir. Em sala de aula não deve haver nenhuma hierarquia, senão se transforma em uma jaula. O professor não é superior ou tem o direito de dar ordens, é um companheiro, um guia que promove a democracia, a autonomia, a diversidade.
O sistema de qualificações não funciona. O esquema é de auto-profecias cumpridas. A pedagogia é uma ciência social que não pode ser medida numericamente. Avaliação é um processo.
_ Os valores não são para ser ensinados, mas para ser vividos. A cognição de valores e conhecimento é baseada em emoções, a melhor maneira de educar é pelo exemplo.
_ As lutas de poder e a competitividade causam danos para a criança. Há que democratizar a sala de aula. Torná-la um lugar participativo, cheio de paz.”
“A essência de uma educação na área de humanas, eliminadas todas as bobagens e patacoadas que vêm junto, deveria contemplar o seguinte ensinamento: como percorrer uma confortável, próspera e respeitável vida adulta sem já estar morto, inconsciente, escravizado pela nossa configuração padrão – a de sermos singularmente, completamente, imperialmente sós”
Leonardo Foletto

Classes Sociais
 “(...) Numa sociedade organizada, não basta a constatação da consciência social para a manutenção da ordem, pois a existência social é que determina a consciência. (...)”
Orson Camargo (graduado em Sociologia e Política e mestre em Sociologia) Colaborador Brasil Escola

A Classe Dominante
“A classe dominante foi concebida pela modernidade como uma classe exploradora. Como explicou Marx, a revolução burguesa tinha muitas vantagens – nomeadamente ao nível do aumento geométrico das forças produtivas – e tinha as suas limitações – as relações sociais de produção exploradoras (apropriação privada do trabalho social) que impediam o pleno desenvolvimento de tais forças produtivas.
Na medida em que excluíam os trabalhadores dos benefícios potenciais dos novos modos de produzir (a fábrica e os sistemas industriais). Sabemos hoje como a exploração da natureza também nos pode conduzir a situações difíceis de insustentabilidade. (...)”
António Pedro Dores

A Intelectualidade como Classe Social
“Os intelectuais sempre tiveram uma posição privilegiada no interior da divisão social do trabalho. Historicamente, os intelectuais, ou “ideólogos”, segundo expressão de Marx e Engels (2002), surgiram a partir da expansão da divisão social do trabalho e sempre estiveram ao lado da classe dominante. (...) trata-se de uma classe social que ocupa determinado papel no processo de reprodução da sociedade e privilégios derivados disto. (...) A definição do salário dos intelectuais está ligada, por um lado, ao custo de reprodução desta força de trabalho específica e, por outro, às suas ligações com o Estado capitalista e demais instituições da sociedade burguesa, isto é, por sua utilidade para os interesses da classe dominante. É claro que juntamente com isto está o poder de pressão dos intelectuais, isto é, a luta de classes, bem como a hierarquia no interior desta classe social, já que no capitalismo a complexificação da divisão social do trabalho cria inúmeras subdivisões no interior das classes sociais. A função dos intelectuais é produzir e/ou reproduzir determinados saberes que são de interesse daqueles que detém o poder.”
“(...) Uma ideologia, uma vez produzida, passa a legitimar as relações sociais existentes, cumpre o papel de naturalizá-la e universalizá-la, sob uma forma também considerada legítima, a forma científica, filosófica, teológica.(...)”
Nildo Viana, Doutor em Sociologia

CRIANÇA, A ALMA DO NEGÓCIO
Um documentário sobre publicidade, consumo e infância
Sinopse: "Por que meu filho sempre me pede um brinquedo novo? Por que minha filha quer mais uma boneca se ela já tem uma caixa cheia de bonecas? Por que meu filho acha que precisa de mais um tênis? Por que eu comprei maquiagem para minha filha se ela só tem cinco anos? Por que meu filho sofre tanto se ele não tem o último modelo de um celular? Por que eu não consigo dizer não? Ele pede, eu compro e mesmo assim meu filho sempre quer mais. De onde vem este desejo constante de consumo?" Este documentário reflete sobre estas questões e mostra como no Brasil a criança se tornou a alma do negócio para a publicidade. A indústria descobriu que é mais fácil convencer uma criança do que um adulto, então, as crianças são bombardeadas por propagandas que estimulam o consumo e que falam diretamente com elas. O resultado disso é devastador: crianças que, aos cinco anos, já vão à escola totalmente maquiadas e deixaram de brincar de correr por causa de seus saltos altos; que sabem as marcas de todos os celulares mas não sabem o que é uma minhoca; que reconhecem as marcas de todos os salgadinhos mas não sabem os nomes de frutas e legumes. Num jogo desigual e desumano, os anunciantes ficam com o lucro enquanto as crianças arcam com o prejuízo de sua infância encurtada. Contundente, ousado e real, este documentário escancara a perplexidade deste cenário, convidando você a refletir sobre seu papel dentro dele e sobre o futuro da infância.

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