quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Educação x saúde? Caminhos paralelos numa sociedade fragmentada


Este artigo que compartilho aqui trata do sistema educacional e seu relacionamento com a saúde dos educadores.
Antes da formulação da LDB houve debate em torno de como seriam as leis para a educação, com participação de profissionais da área e população em geral; surgiu então a proposta para a LDB, que defendia um conceito amplo de educação, visava a formação do cidadão. Posteriormente, nove anos mais tarde, foi aprovada outra proposta que vivenciamos hoje.
Transcrevo aqui o trecho do artigo que exprime claramente esta realidade:
“A escola contemporânea evidencia uma organização reificante através da multiplicação de técnicas e métodos que homogeneízam (leis universais), simplificam (objetividade e linearidade) e agilizam (praticidade, repetição e superficialidade) o processo educacional. A ordem pragmática cria dispositivos de poder que compartimentalizam as relações por meio dos papéis, das funções e das especializações. Esta forma de estruturação, que é exercida através de instrumentos auto-reguladores, tem sua base na vigilância constante, nas avaliações regulares dos resultados e nas sanções normalizadoras, construindo uma pedagogia que administra o tempo/espaço, transformando o homem em co-produtor das próprias amarras a que está submetido.”
Dessa forma fica evidente a contribuição da economia, da forma como ela está sendo conduzida, no condicionamento comportamental da sociedade.
Complementando ainda,
“A própria noção de educação é aviltada na nova LDB, pois são privilegiados os processos de formação técnica, de treinamento de habilidades que visam ao mercado de trabalho, em detrimento da formação generalista, da constituição do pensamento crítico e da produção do conhecimento. Nessa perspectiva, passamos a presenciar um certo modo de funcionamento da escola, sendo o adoecimento dos trabalhadores, os desmontes das instituições públicas de ensino e a desvalorização social da educação e do educador no país os seus principais efeitos. Como proposta de trabalho e ação resistente a tais processos, permanecemos em busca de estratégias que permitam a produção de outras subjetividades, em que a qualidade de vida e o trabalho não sejam tomados como mercadorias, mas movimentos coletivos por saúde. O resgate das lutas do FNDEP para a LDB pode se constituir em uma dessas estratégias, na medida em que permite uma reflexão sobre o processo vivido, assim como traz a perspectiva de novas práticas de gestão para a educação nacional, afirmando o trabalhador da educação em outra lógica de organização do trabalho.”
Temos um sistema educacional doente, trabalhadores doentes e uma problemática refletida diretamente nas relações humanas, sendo professor, aluno, pais, toda a sociedade.
Não dá para omitir, está na pauta da história atual a necessidade de avaliarmos o caminho percorrido até agora e se sermos co-produtores das nossas próprias amarras condiz com a teoria estudada na academia, em prol de uma sociedade mais saudável.
(por Mônica Gonçalves, graduanda EAD Licenciatura em Educação do Campo - UFPel)

Fórum nacional em defesa da escola pública na LDB: a questão da docência
(trabalho, saúde, educação, movimentos sociais, Forum Nacional em Defesa da Escola Pública e LDB)
*Fabiana Castelo Valadares (Psicóloga, conselheira do CRP-05 e Mestranda do curso de Psicologia Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ)
*Marisa Lopes da Rocha (Professora Adjunta da UERJ. Doutora em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC-SP)


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